quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Atemporal

E então, passamos noites conversando, horas, dias, sei lá.
Sei que seus olhos brilhavam e o sorriso era imenso e era sincero e cheio e pleno e me confortava.
E eu brincava com as palavras, dedilhava rimas e gargalhava e te olhava e te amava.
E sua voz me deixava torpe e me apaixonava e fazia eu me entregar de olhos fechados, sem medo, sem pudor.
E nossos olhos se cruzavam a todo momento e as mãos se encontravam ao acaso enquanto tateávamos o ar em nosso voo insano, improvável.
E o sangue circulava ligeiro e fazia o corpo inteiro tremer, tudo em mim palpitava e pulsava insanamente, como um menino do primário apaixonado pela professora atenciosa.
E os seus cabelos passeavam no ar, guiava o vento e preenchia toda a imaginação, e seu cheiro, ah, seu cheiro...
E de repente, não estávamos mais ali, estávamos em outro lugar, flutuando, em outro mundo, passávamos invisíveis pelas pessoas, pelos carros, pela cidade toda e nos divertíamos, nos entregávamos e nos amávamos.
E um afago louco acalentava o ego.
E palavras soltas nos fazia delirar.
E eu e você e nossos desejos e nossos anseios e todas as coisas que queríamos sempre deixar de lado, apenas para estarmos juntos, enroscados.
E o sorriso intenso e o abraço apertado e a saudade de tudo o que ainda não aconteceu e ânsia por tudo o que falamos.
E o silêncio, conforto.
E a ansiedade, plenitude.
E o amor, confidente.
E eu.
E você.
E tudo o que desejamos.
O infinito.


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